No dia 30 de junho, das 13h às 18h teremos novo curso de Filosofia da Espiritualidade, sendo que desta vez estudaremos o pensamento de Kierkegaard, pensador que escreveu sobre a angústia e a liberdade de escolha.
Cá entre nós, cada um sabe o quanto a angústia se faz presente quando é preciso fazer escolhas e tomar decisões. Muitas vezes, nossas escolhas não são tranquilas, mas altamente impactantes!
Você já deve ter observado que há indivíduos que não sabem como exercer seu direito de escolha. Algumas pessoas preferem ficar “em cima do muro”, tentando conciliar realidades opostas para não ter que tomar uma decisão. Para se justificar, dizem que estão integrando diferentes perspectivas quando, na realidade, podem estar paralisados pelo medo e pela angústia, sem saber qual caminho tomar.
Vamos pensar juntos: Será que você sempre fez boas escolhas?
Sim, decidir e escolher são ações que fazem parte de uma rede complexa. Algo que muitas vezes se insere em um contexto de urgência, uma vez que nossa sociedade nos impõe um ritmo absurdamente veloz para tudo o que deve ser feito.
Assim, num mundo no qual, atualmente, as pessoas estão sendo progressivamente des-subjetivadas pelas novas tecnologias; a filosofia tem se apresentado como um espaço seguro para o desenvolvimento sustentável do pensamento.
Kierkegaard, nosso alvo de estudos no curso de Filosofia da Espiritualidade do mês de junho/2012, via o ser humano através das lentes da subjetividade. Ele desejava investigar o que “significa ser um ser humano” enquanto indivíduo autônomo.
Kierkegaard acreditava que nossas vidas não são motivadas pela história e pelos movimentos sociais, mas por ações determinadas por escolhas próprias, sendo que a forma como essas escolhas são feitas é o que faz a diferença.
Para Kierkegaard, a liberdade total de escolha não seria uma razão para a felicidade, pois nos provocaria um sentimento de angústia ou apreensão.
O que podem significar estas palavras em sua vida: liberdade, escolha, pensamento, angústia?
Você toma decisões com base em suas próprias avaliações ou reage a partir do que o “mercado” deseja?
Você procura analisar as várias perspectivas que se impõem em sua vida ou decide a partir dos rumos que a sociedade toma?
Você permite que as grandes “verdades” controlem a sua subjetividade?
Você toma decisões com base em si mesmo e em sua própria gratificação pessoal?
Você escolhe só que quer?
Você se acha livre para tudo?
Para você não importam as consequências, pois você faz o que deve ser feito?
Como é isso para você?
Se não refletirmos adequadamente, nos tornamos marionetes de nossa própria falta de noção ou pior, joguete nas mãos de diversos mecanismos ideológicos, políticos, socio-econômicos, educacionais, etc.
Vamos refletir sobre a questão do impacto das escolhas e sobre a questão da angústia em nosso cotidiano.
Kierkegaard explicou esse sentimento em seu livro “O Conceito de Angústia”, o qual recomendo aos que desejarem participar do curso de Filosofia da Espiritualidade no dia 30 de junho de 2012.
Se você assistiu à peça Hamlet, de Shakeaspeare, deve se lembrar do momento crítico em que Hamlet deveria tomar uma decisão: matar o tio ou deixar de vingar a morte do pai?
A peça de Shakeaspeare demonstra a angústia da verdadeira liberdade de escolha.
O ator Wagner Moura in “Hamlet”: as escolhas são
fundamentais na vida.
“Ser ou não ser, eis a questão! Que é mais nobre para a alma: sofrer os dardos e setas de um destino cruel, ou pegar em armas contra uma mar de calamidades para pôr-lhes fim, resistindo? Morrer…dormir; nada mais! ” Shakeaspeare in Hamlet.
Kierkegaard sugeriu que sentimos a mesma angústia em todas as nossas escolhas morais quando compreendemos que temos a liberdade de tomar até as mais terríveis decisões.
Ele descreveu essa angústia como “a vertigem da liberdade”, e foi além ao explicar que, embora ela cause desespero, pode também nos livrar de respostas impensadas, pois nos torna mais cientes das escolhas disponíveis, ampliando nossa consciência e senso de responsabilidade social.
Diferentemente de outros pensadores, Kierkegaard não abandonou a fé em Deus, mas foi o primeiro a reconhecer a percepção da autoconsciência e a “vertigem” ou medo, da liberdade absoluta.
Obras Chave:
1843 – Temor e Tremor
1843 – Ou isso ou aquilo
1844 – O conceito de angústia
1847 – As obras do amor.
O curso sobre Kierkegaard explorará, a questão da angústia e da liberdade no atual mundo em que vivemos, marcado pelas relações líquidas, pela busca de uma identidade, mesmo que falsa, no facebook, pelo imediatismo e velocidade das decisões em todos os contextos: pessoal, familiar, empresarial, governamental.
O curso ocorre no dia 31 de junho, das 12h às 18h. O investimento é de R$130,00 com direito à suporte didático (apostila), coffee-break e certificado.
Para inscrever-se entre em contato: markeppe@usp.br
O curso será dado pelo Dr. Marc André da Rocha Keppe, Psicanalista, Mestre em Psicossomática pela PUC-SP e doutorando em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de São Paulo
Local:
Rua do Bosque, 1589 – Edifício Pallatino – cj 608 – sexto andar – Barra Funda – SP.
telefone para contato (11) 3872-7572 ou 9865-7868.